Resenha do filme Jogo Perigoso (Gerald’s Game) – Original da Netflix

Há pouco tempo saiu na Netflix mais um filme original! 🙂 O filme é Jogo Perigoso e é baseado no livro Gerald’s Game, publicado em 1992 pelo aclamado escritor de obras de horror, Stephen King.

Stephen King deve estar tomando champagne e rindo enquanto descansa numa cama feita de notas de 100 dólares, afinal de contas, só em 2017, 6 obras dele foram adaptadas, com mais 5 ainda em produção!

Fiz um vídeo sobre o filme! 🙂 É uma versão mais curta e rápida sobre o que achei sobre Jogo Perigoso… Confira:

Segue agora a versão texto um pouco maior hehe…

Jogo Perigoso

Fiquei bastante curiosa ao ler a sinopse do filme no IMDB… mas me decepcionei um pouco com o rumo que a trama levou.

Bom, o filme conta a história de Jessie e Gerald, um casal que está tendo dificuldades no casamento e que decide tentar apimentar a relação com um final de semana “selvagem” em uma casa reclusa no Maine, estado americano. Porém, o que era para ser um final de semana romântico, se torna uma luta pela sobrevivência.

Essa sinopse não é a oficial, caro leitor, é bem básica e não contém nenhum spoiler. Diferente da sinopse do IMDB – que é o banco de dados de filmes na internet – que entregou muito do filme, bem como o trailer…

Acho que seria bem legal, para quem não leu o livro, não ficar sabendo sobre o twist do início do filme hehe….

A partir daqui, esse texto pode conter SPOILERS, então prossiga por sua conta e risco.
Aviso dado, hora de continuar.

Roteiro/Problemas com o Filme

Achei a história do filme bem criativa e interessante até chegar ao final…. mas…

Meu principal problema com o filme é com a imaginação fértil de Stephen King.
Não me leve a mal, euzinha da silva tenho uma imaginação bem estranha… quem me conhece mais a fundo sabe… E eu gosto disso, de viajar na maionese… mas a diferença é que eu não falo as coisas que imagino pra (quase) ninguém haha…

Agora, além de uma imaginação fértil, imagina só (ráá, viu o que eu fiz aqui?) ter como aliado os entorpecentes da vida? 😛

Li/Vi em algum lugar dessa grande internet, que Stephen King escreveu boa parte do final de IT – A Coisa, chapadão.
Confesso que não li o livro (mas pretendo), apenas assisti à versão de 2017 do filme, mas acredito que ele tenha feito o mesmo durante Jogo Perigoso. Porque a história dá um duplo twist carpado chegando no final que até eu custei a acreditar.

Para mim aquele final foi desnecessário… se tudo o que acontece até a chegada do final fosse apenas a mente da Jessie pregando peças nela, acho que teria ficado melhor.

Não precisava confirmar uma das alucinações dela, afinal de contas é bem provável que alguém no lugar dela ficasse louco mesmo…

Um outro grande problema que tive com o filme, e teria com o livro se tivesse lido, é mostrar o que aconteceu com Jessie quando criança.

Foi de extremo mal gosto mostrar uma criança no colo de seu pai enquanto ele se masturba, e eu custo a entender o benefício dessa cena para o filme!

Uma das próximas cenas é o pai abusando psicologicamente da filha, colocando a culpa do que aconteceu nela.

Agora pensa em como uma pessoa que passou por isso vai se sentir ao ver isso?

Poderiam ter dado a entender que aconteceu através de um monólogo bem escrito, mas aí optaram por mostrar com todos os detalhes possíveis o que aconteceu e eu fiquei bem triste, pois é algo horrível e traumatizante.

Com certeza, pessoas que já passaram por isso ficaram, ou vão ficar se assistirem o filme, bem na bad.

Isso me deixou bastante indignada!

Claro que tem pessoas que não se importam com isso, ou que não foram afetados da forma como eu fui, e tudo bem também. Para mim, se esses dois pontos tivessem sido removidos ou alterados, o filme tinha tudo pra ser bom…

Crédito: IMDB





Seguindo em frente, achei a história de Jogo Perigoso bastante recente, pois lá em 1992, muitos dos problemas que temos hoje já existiam.

Casais com dificuldades no casamento que buscam melhorar fazendo coisas que não estão de acordo com seus valores? Isso acontece diariamente!

Homens tratando mulheres como objetos e as deixando totalmente à mercê deles enquanto tomam viagra pra garantir que tenham tempo suficiente, apenas para cairem duros (literalmente) 2 minutos depois?
Seria cômico se não fosse trágico.

Traumas de infância que nos tornam incapazes de seguir em frente? Todo santo dia.

Pessoas que escondem características importantes dos outros e acabam revelando em momentos inusitados? Como diria Chandler Bing, “could this be any truer?”

Acho que se tem algo que esse filme faz bem, é mostrar o quão superficiais as pessoas podem ser e em como falham em tratar outros seres humanos bem, muitas vezes por motivos ridículos.

Veja bem, ao invés de enxergar a bondade da mulher ao se preocupar com um animal faminto, Gerald, um homem que quer reascender a paixão, discute com sua mulher porque ela deu um bife de 200 dólares para um cachorro perdido? Esse cara é um caso perdido isso sim.



E hoje em dia, o que mais existe são pessoas que pensam apenas no benefício que algo trará pra elas mesmas, sem pensar no sentimento das outras pessoas…

Atuação

Em relação à atuação dos personagens principais de Jogo Perigoso, mesmo que tenham feito um bom trabalho na medida do possível, achei que ficou faltando alguma coisa.

Em especial relacionado à Carla Gugino, que interpreta Jessie.

Durante as cenas dela na cama, ficou difícil de acreditar que ela realmente estava desesperada por estar presa. Talvez pelo fato de que a personagem já estava naquela situação de forma figurada.

Jessie estava presa à um relacionamento abusivo e à um passado terrível. Naquele momento, ela precisava que a vida dela mudasse, ela precisava ser libertada, o que de fato aconteceu no final do filme.

Porém, mesmo assim, durante o filme, ela poderia ter demonstrado ter uma grande vontade de viver, um desespero incontrolável de estar naquela situação sem perspectiva de melhora/mudança. E isso me fez acreditar que para ela seria melhor morrer do que sair daquela situação.

Sempre há uma saída, embora muitas vezes a gente não consiga enxergá-la.

Mas, claramente, isso pode ter sido um problema de direção.

Bruce Greenwood fez um ótimo trabalho também… e me deixou com bastante raiva de Gerald. FDP.

No geral achei um filme ok. Não me deu medo, principalmente por se tratar de um filme de horror, como é classificado no IMDB.
Claro que algumas cenas foram angustiantes, como a da mão! Mas, fora isso, poucas foram as cenas que me deixaram com medo…

Como disse lá em cima, fiz um vídeo sobre o filme e tenho outras resenhas também no meu canal no Youtube. Mais pra frente vou trazer assuntos um pouco diferentes e bastante dicas, não só de filmes! Aproveita e se inscreve! 🙂

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Espero que tenham curtido o post, se gostaram, não se esqueçam de compartilhar!

Beijo,
Ezi

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